14.11.09

Em ordem de relevância

Sapatos gastos, terno azul e uma flecha na cabeça.
Já não sangrava, mas nunca cicatrizou.
Nunca soube o que aconteceu para que aquilo fosse parar em sua testa, nem porque, nem como, nem quem, nem nada.
Simplesmente acordou assim um dia, e, apesar do susto e de alguns incômodos específicos (ter que dormir de lado, aguentar os olhares horrizados, uma dorzinha aqui e outra alí...), nunca parou para pensar no absurdo disso tudo.
Fazia parte dele. Como uma sarda, um desvio de septo, uma unha encravada...
E lá ia pela rua o homem e sua flecha.. ou, como os outros pensavam, "a flecha e o homem que a carrega".

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