25.11.09

Por favor?

Quase duas mil coisas a dizer.
O primeiro milhar foi cuidadosamente planejado. Não tanto quanto o segundo.
Começaria o discurso como quem não quer nada e terminaria gritando como quem tudo quer.
E quer tudo mesmo, exceto dizer o que precisa porque a resposta (a ausência dela, no caso) é tudo de que não precisa de forma alguma nessa vida.
E, de toda forma, era uma vida de poucas necessidades. Necessário mesmo só isso que iria pedir, inserido com jeito nas meticulosas duas mil coisas que seriam ditas (dessa vez com palavras ao invés de olhadas apreensivas).
Quando chegou a hora certa, mais certa que todas as outras horas certas que já haviam se passado nesses alguns anos, optou por olhar de novo porque a resposta para um olhar, na pior das hipóteses, seria a ausência de um olhar. E isso doeria menos, pois se pode inventar mais desculpas para justificar.
Os olhares carregados de palavras foram e voltaram de mãos vazias.
Lá estava a ausência, velha amiga, a qual foi justificada e perdoada instantâneamente.
Foi embora (de novo) e nada disse afinal, como era esperado.

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