5.4.10

Agora tanto faz

Na rede dormia um moço enquanto a mosca zumbia e o sol sumia e alguma coisa chiava baixinho na panela.
No moço, o chapéu no rosto e o cigarro ainda queimando na mão. No moço, só o peito que sobe e que desce, só o pulso apagado mas irrefreável do corpo jovem da mente velha de um homem que cansou rápido demais.
E a mosca não dá trégua, mas o rapaz já não se importa mais.
Se do lado de dentro já se calaram as guerras (das idéias contrárias, do indiscutivelmente discutível) pro coitado dormir, quem é que é a mosca pra vir como quem pode lhe roubar a paz?

Um comentário: