19.12.10

Sobre moedas e coisas

ZUM!
Um peteleco daqueles, exatamente onde devia, exatamente com a força que devia.
Aí era a moeda girando e girando e girando e girando e bem que parecia um globo endouradado e a gente nem se mancava que aquilo alí era mais ar que qualquer outra coisa. Era sólida, me parecia, até não poder mais... eu corria atrás da borda com os olhos, mas quando achava que estava olhando para um espaço vazio, ela cobria a falha imediatamente.
Estava em todos os 360º simultaneamente, e eu ia minguando e minguando enquanto observava a luz deixar toda minha pompa cerebral no chinelo.
Simplesmente, não sou páreo para ela.
E, eu sei, eu bem que poderia enfiar meu dedo alí no meio e pronto e aí ver moeda voltar ser moeda de novo, como se deve.
Mas de que que adiantaria?
Eu não sei...
Eu poderia tentar fazer a mesma coisa com todas as outras coisas - todas as coisas - que eu queria que voltassem a ser como se deve e, putz grila, não acho que meus vinte dedos (os do pé também, por que não?) seriam o suficiente.
E que medo que me bate quando penso em poder ver por trás da cortina e descobrir o quanto daquilo que me rodeia que é vazio e o quanto que é concreto.
Eu sei que dói, sei bem, porque já faz um certo tempo até desde que resolvi tatear a mim mesma para fins experimentais e ainda meus dedos não puderam se deter em sequer uma grama de qualquer coisa.

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