13.9.11

Sobre tolos

Certa vez um sujeito pele-vermelha me disse que pra toda situação difícil que a gente escolhe viver há recompensa e que se não há recompensa então somos tolos.
Naquela ocasião fiz uma lista mental de todas as minhas recompensas, que era pra não ter que dar o braço a torcer e que era pra safar minha imagem real (real de realidade) das tais das tolices.
Acontece que pensando bem, enquanto rumava pro meu castelo imaginário, me pus a ponderar sobre o fato de que a só iniciativa de ter que colocar no papel as supostas vantagens da empreitada é por si só uma defesa muito fundo de quintal; de que se é preciso fazer uma defesa é que então há crime.
Na minha terra tolero pecadores, mas não tolero bandidagem. É simples assim.
Chegando até a torre sul, pus a coroa e empunhei o cetro, e daí então, agora maquiada da minha imagem real (real de realeza), pus meu nome em rebuscados teatrais no rodapé do papel que atestava meu severo e preocupante estado de tolice aguda.

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