6.5.12

Ele tem uma têmpora que fica piscando pra mim.
E é desconcertante, me desmonta.
Estive dirigindo montanha acima, desenfreada.
Fugindo da têmpora, esquecendo da têmpora.
Que a têmpora persegue.
O galho que eu piso ao acaso é o latejar da têmpora, o riacho à minha esquerda é o sangue que corre lá dentro. Meu cabelo que voa no vento é a têmpora que faz voar, no compasso que ela bem entender.
Dirigi montanha acima até o fôlego me faltar, até as pernas me faltarem.
(Respirava como um cão abobalhado.)
No final, quando nem mais lua tinha, quando nem mais pensamento tinha, só sobrou no mundo a veia mesmo... me piscando no canto da memória que nem uma psicopata.

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