18.8.12

Eu não dormia há umas cinquenta horas, cem, sei lá.
Me bateu um troço e eu desci o mundo pra ver se achava a solução dele na raiz.
Cheguei num pátio aberto onde urubus ciscavam em meio às bicicletas feito fossem pombos.
Me ocorreu isto: normalidade é questão que o olho é que tem que resolver.
Do lugar de onde eu vim, um céu sem estrelas era uma baita de uma surpresa;
No lugar pra onde eu vou, um céu com o cruzeiro do sul estampado no peito é que é.
O homem tem esse dom, de ficar hipnotizado quando que na hora de um susto
E esquecer que é que interessa.
(Fácil fácil de enganar.)
Descobri que o mundo não tem uma raiz e nem tem uma copa.
O mundo não é uma árvore, o mundo é um mundo...
Fiquei por ali vendo urubu ciscar até acostumar os olhos.

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