28.11.14

Veja lentamente as flores que se abrem infinitas no novo gramado.
Sempre há um medo, apesar das auto-represálias-estima-de-lixo, de que aquilo que a gente viveu para poder erguer já não possa mais ser e que então seja preciso viver e erguer outras coisas; ou, subitamente, de surpresa, ter que aceitar a nova coisa que erguida já foi.
Nossa casa será o meu lar.
E, apesar disso, veja o céu tão branco tão ausente de promessas...
Todas as vezes que olho pro céu querendo descreve-lo, é como se o azul fugisse e deixasse pra mim um grande nada que não pode ser dito.
Mas eu insisto...
Besouros sobem pelo meu corpo, mas meu corpo já não é fraco para arrepios.
Deixo que subam todos e me cubram o rosto; eu sei! - eu ainda existo muito... por baixo de erros e acertos, meus e de outros.
E no fim das contas, a gente se re-ergue sim, e constroi outra coisa que atenda melhor às novas atmosferas. Mas a gente faz isso sempre usando um pouco da terra daquilo que a gente era antes e portanto pelo menos uma parte é sempre a gente de novo, sileciosamente... e se a gente souber fechar os olhos e respirar o cheiro das flores novas sem medo, uma enorme onda de nostalgia serena fará ser real e verdadeiro tudo aquilo o que foi (honoris causa), e será também o impulso para que os restos reaproveitáveis dos mims venham fazer coro ao grande e promissor novo.

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