3.12.09

Ingratidão

Um dia eu aprendi a fazer de cada pensamento uma bolhinha de sabão.
As primeiras 50 foram boas de olhar e me encheram os olhos e me encheram a vida.
Aí o meu mundo ficou pequeno pra elas, e agora o cheiro me enjoa.
Sou eu e minhas mais de 100 bolhas de nada que se perdem com um estouro no vazio.
Será que é assim que se preenche solidão?
Com um exército de criaturas temporárias?
Com cascas vazias que se desmaterializam quando você começar a precisar delas?
Quando minha máquina parar de produzir, eu vou apenas fechar os olhos e esperar ecoar o último "Ploft!".

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