14.4.10

Pit Stop dos 20 anos

Quando a gente ingressa pra odisséia da vida, o mundo nos dá de presente (como que um passaporte para dentro dele) uma bagagem cheia de tudo o que eles, os que fazem o nosso mundo, acham que vamos precisar.
[Fogo queima; dedo na tomada não pode; coma isto porque você precisa; não se esqueça de dizer "obrigada"; Deus não gosta de menina má; preste atenção no sinal; se quebrar, tem que pagar; listras são melhores que estampas; meninas deste lado, meninos desse; rock é a música que você vai ouvir.]
É bom ter este kit sobrevivência, já que é isso que a maioria faz a maior parte do tempo: sobrevive.
Eu é que fiquei aqui pensando que minha bagagem veio cheia demais, se pudesse voltar lá pediria para deixarem um epaço para as minhas coisas.
Não posso fazê-lo pois o que já foi, já foi. O que posso fazer, e farei!, é interromper a caminhada por aqui, tirar os pacotes das costas aliviar-me do peso por alguns minutos e então, sem dó, tirar tudo o que não me serve.
Vou deixar então bastante espaço para o que eu acho bom, para o que me aparecer no longo caminho que ainda há de vir; vou guardar bastante espaço para o que me serve, o que me salva.
O que, daquilo que me foi dado, só fez fazer (como o faria um tênis 5 números menor que meu pé) peso morto pro meu corpo cansado carregar, ficará por aí e quem sabe não sirva para outro alguém?

E quando chegar minha vez me intrometer na bagagem de alguém, espero que eu não me esqueça o quanto meu ombro já sofreu por peso inútil dos outros.

Um comentário:

  1. mais cedo ou mais tarde a gente aprende o que é válido carregar e o que é descartável. A questão é, quanto menos peso nos ombros mais fácil é caminhar. :}

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