4.5.10

E não há banquinho que resolva = (

Que estranho e esquisito que é quando a gente descobre os raios e trovoadas internas, de mil cores, e descobre que aqui às vezes, muitas vezes, a chuva não molha (só os cabelos, para fins cinematográficos) e descobre que a terra, do lado de dentro faz brotar fruta que não existe, e descobre que quando o sol sai nunca queima (só se a gente quiser) e descobre que tempo simplesmente não há.
Mas a palavra "tempo" existe tanto e muito, e não desgruda das idéias... E aí a gente, que evita tanto pensar nela, acaba sempre estatelado no chão quando ela entra de supetão numa forja qualquer.
O tempo é o galo das 05:00, e quanto mais alto a gente sonha mais alto ele canta no dia seguinte. A gente acorda e se lembra que, pelo menos no lugar onde os pés pisam firme, ele é mais lento quando a gente quer que ele corra, e que ele se escoa quando a gente resolve implorar por ele.
É bizarra e cretina, maldita, a sensação de quem pensa sem dó no mundo ao contrário que a gente pode criar, e pensa daí no mundo que nos cria, o mundo  "direito" (esse mundo besta que a gente vê com os olhos da cara), que é tão sem sal, tão passável...
Porque que graça poderia ter afinal o mundo que existe do jeito que ele quer, quer a gente queira quer não?
E queima, queima muito!, quando a gente pensa que quando a gente acabar ele continua.
Queima, de vaidosos que somos, saber da grandeza do que nos transcende porque é assim, só assim, que a gente descobre que essa pia a idade não concede alcance.

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