5.5.10

Queixume

As palavras, quando as escrevo, se mudam todas de forma, saem tortas. A mim são estranhas, forjadas... só um bando de letras escolhidas ao acaso, de última hora, pela garganta.

Essas palavras, que eu cuspo irresponsavelmente, são palavras de outros... já percebi!
Eu as pego emprestadas e faço um montinho e coloco meu nome.
São intrusas e eu as desgosto, mas, admito, fazem calar aquelas outras tantas, as reais (sem consoantes e sem vogais, só o sentido) que gritam aqui.
Pena que não as aniquilam, só as guardam para mais tarde, de madrugada, quando não houver mais papel.

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