10.5.10

Majestade

Eu pensei:
Se eu fosse a Rainha do Mundo eu imporia que as quedas fossem lentas e os levantes fossem rápidos, já que é frustrante, depois de sermos pegos de surpresa por uma cacetada na cabeça e uma rasteira que nos põe abaixo num segundo, termos que perder a cor dos cabelos tentando ficar ao menos sobre os joelhos.

Mas tinha algo errado nisso daí: As quedas, se fossem lentas, fariam-nos sofrer por mais tempo; tempo este que não seria de forma alguma compensado pelos segundos de glória de quem se ergue vitorioso.
As palavras não deram conta!

Aí eu pensei em especificar: As quedas deveriam surgir aos poucos, em câmera lenta, e uma vez que o sujeito estivesse lá estatelado no chão o tempo deveria acelerar como um foguete e ZUM, já estaria de pé. Lá do alto o tempo então passaria bem lentamente para aproveitar cada nanosegundo de sorrisos.

Mas quem é que quer perder tempo caindo só para não correr o risco de morrer de susto?
Veja, o risco existe mas e onde é que ele não existe?
Haveriam aí infelizes, disso eu sei.

Deveria eu, se fosse Rainha, abolir as quedas?
Oras! Se não há queda não há levante!
E que graça tem o mundo de quem só pode olhar de cima pra baixo?
Decididamente ficam as quedas.

Se eu fosse Rainha do Mundo, afinal, acho é que eu daria meu cetro a qualquer um e iria embora pra qualquer lugar, desses em que a gente não precisa pensar nas quedas e nos levantes...só precisa vivê-los.

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