28.7.10

Sobre minha aposta

Voou, voou.
Levantou o queixo e respirou fundo...
Que beleza o céu assim tão limpo, mesmo tão cheio de nuvens: achava lindo o azul e o branco juntinhos.
E se o Sol era forte demais, o vento batia mais fresco para poupar a pele clara e aí estava tudo bem.
Só precisava planar no infinito de possibilidades.
E sentia o cheiro do próprio cabelo e achava bom e não se preocupava se era esquisito, tinha suas esquisitices e agora tanto fazia porque lá no alto ninguém via.
Se visse, também não tentaria fingir que não: o tempo estava bom demais para se esforçar em "não ser"... esse "não ser" que já tanto ocupara seus pensamentos e seus dias.
Se poupou.
Aí subiu alto no céu e se esforçou em "ser" tudo o que podia porque o céu estava alí e era tudo tão possível!
Pena que se acostumou com o Sol, cavalheiro afetuoso.
Chegou a noite e a Lua veio e aí o brilho prateado se tornou objeto de obsessão... como poderia ser de outras forma!?
A Lua... A Lua era demais!
Achou que podia ser mais... quis ser mais... pela Lua. Qualquer coisa por ela.
Se gastou inteira, voou mais alto que devia!
Chegou na estratosfera e não teve forças nem pra ir nem pra pousar.
Caiu e quebrou a cara com o mundo.... dessa vez de forma literal.

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