26.7.10

Sobre o tipinho "Ciranda"

Sou só eu, ou alguém mais reparou que agora pra falar difícil tem que falar simples?
Os versos agoram têm três palavras.
Eu apostaria que uma delas é um fenômeno natural ou uma entidade física, outra é alguma que simbolize o ato de gostar.
A que sobrar, fica por conta do acaso (que aliás é tema dos mais batidos).
A ordem tanto faz, o que importa mesmo é que a última delas não tenha qualquer ligação com as anteriores.
É o Haiku que se faz de brasileiro e ainda tem a ousadia de se sentir patriótico.
Mas agora não é mais só poesia, e transcendeu a música também .
Extrapolou.
Agora as pessoas legais falam tudo em versos... esses versos planejadamente casuais.
Mas de boca fechada também dá pra manjar:
O modo arrogante de se vestir de modo simples... a preocupação em parecer despreocupado... a identidade forçosa:
Eles gostam de Klimt, de Elis Regina, de calças xadrez.
Eles não falam "bicho"... eles não são hippies, eles são mais que isso... eles são BRASIL! . Com ponto de exclamação e tudo.
E aí acham que acham tudo lindo... até a Guanabara emporcalhada.
Eles vão no forró aos domingos e conhecem e são legais com todo mundo... esse todo mundo, que finge que também é legal com todo mundo.
Eles gostam de festa junina e por causa de seus filhos, a proxima geração vai ser de "Marias-...".
Homenagem singela às mães, às tias... às mulheres do Brasil!
Meros ecos da geração tipinho Cirandinha, a geração da falsa sinceridade e da forçada vontade de viver.
A geração das Maria-flor, das Maria-Liz, das Maria-vai-com-as-outras(-mas-finge-que-não).

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