5.9.10

Sobre o que escapa

Foram vários meses, tantos, que acho que seria melhor aqui dizer "anos".
Então, de novo: foram vários anos.
Há uma certa apreensão de que não conseguia se desfazer, não conseguia tanto, que acho que o certo seria dizer "não consegue".
Não consegue se desfazer daquela certa apreensão.
E aí vinham as ânsias todas, todas juntas, todas sempre, todas.
Vinham tanto, em tão grande escala, que mesmo que elas tenham parado de se ejetar da alma, o eco persiste e elas acertam da mesma forma.
Aí vêm as ânsias todas.
Elas sempre vêm.
Achava que tinha dado cabo delas quando a cabeça resolveu pensar em outra coisa.
"Touché", pensava.
Mas era bem aí que dava por falta.
E faltava tanto, que, tem que admitir, todos os suprimentos de "coisas para se pensar" não foram o bastante.
Escaparam.
Ainda dava por falta.
Ainda dá.

Um comentário:

  1. Silêncio. É o que acontece quando se troca o inverno pela primavera, que dizem que no Brasil não existe porque aqui só tem duas estações do ano (e vai dizer isso pro cheiro bom da chuva).

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