3.9.10

Sobre o que é intáctil

A gente sempre pensa que o céu está em cima, mas é só por preguiça de pensar no céu que está embaixo e daí então ter que levar em conta os mais ou menos 12.756,2 (ufa!) quilômetros de diâmetro de planeta que teríamos que percorrer neste caso.
E no fundo a questão real é que tanto faz pra cima, pra baixo, pro avesso e pra dentro: se algum dia a gente tivesse mesmo coragem de tentar ir até lá para pegá-lo, a gente descobriria (ou então simplesmente teríamos que admitir) que não dá.
Não dá pra pegar o céu!
Sequer dá pra saber quando se chegou lá, ele simplesmente continua indo e indo... e só muda de cor e só fica mais difícil de respirar e nada mais.
Quando ficar preto demais a gente retorna, mas certamente sem trazer com a gente aquela sensação de quem sobe no ombro do pai e encosta o dedinho no teto pela primeira vez, que a gente tanto queria.
Essa sensação vai continuar sendo, eu sei, garantia apenas de quem só tem por sonho construções duras de tijolos; o resto há de se contentar com o vazio das mãos.

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