Oco.
Mas achava que era tão cheio de tudo, cheio de gente, aquele monte de vozes se sobressaltando...
Achava que era tudo muito cheio de gente... alí.
Mas era oco e não tinha nada e a única coisa que tinha eram as ondas sonoras se propagando e se multiplicando no espaço. Sem escape.
É que algum dia esteve aberta, a casca.
E foi nesse dia que entrou o pio, mas a porta fechou e ele não saiu.
Ficou sozinho lá e se reinventou de mil formas, todas as formas.
Falantes de qualquer lingua poderiam entender o que quisessem com tanto ruído misturado.
E era isso que faziam.
Mas um dia descobriu que na verdade o ruído já era silêncio ha eras, e tudo não passava de uma grande alucinação coletiva: saudades das conversa, que acabou virando pensamento, que acabou virando crença.
E no final das contas tudo é uma mera questão de fé e cegueira.
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