25.11.10

Blá

A gente só se lembra que o papel existe quando alguma outra coisa que a gente pensava que existisse se revela uma bela de uma ilusão.
Aí a gente lembra do papel, e ele cai bem na nossa cabeça com umas boas 2 toneladas.
Também nesse momento se escoa mais uma porção de coisas que você, puxa vida!, tinha certeza de que fossem reais e aí enquanto elas vão te dando as costas e você fica sozinho, te sobra espaço também para a parede.
Para o abajur, a colcha, a jarra de suco, um lustre, uma televisão, um copo, um violão.
E aí de repente tem um mundo inteiro de coisas que estavam bem alí, na sua cara, e você nem viu por causa daquele muro de outras coisas que estavam na frente.
E que foi você mesmo quem ergueu.
Mas eu não acho que 'cair na real' seja bom de verdade, nem que seja melhor que, digamos, 'cair na irreal'.
O que eu acho é que a gente deve alternar e aí viver os dois, como bons gananciosos que somos.
(E a gente tem o dia, e a gente tem a noite... e a questão é decidir se a gente sonha com a lua ou com o sol)

Nenhum comentário:

Postar um comentário