31.1.11

Sobre estrelas

E eu diria que o mundo é pequeno demais.
O mundo é pouco demais, e nem é preciso tanto pra saber...
É só olhar pra fora dele quando o céu noturno favorecer.
E eu diria que o mundo, pequeno e pouco demais, é também louco demais.
Aquele tipo de loucura que não tem um pingo de charme, meio escarrada, que só serve pra te dar náuseas.
E você senta no meio fio e não entende mais nada.
E eu diria que o mundo é apertado demais, sufoco.
Pra tudo quanto é lado tem pedras pra gente tropeçar, pra tudo quanto é lado tem gente tentando laçar a gente como se fôssemos bois.
E depois é a gente tentando laçar os outros.
E o mundo é largado demais, onde não deveria ser.
E os mesmos laços que tiram o ar não preenchem vazio nenhum. Só tiram de tudo um pouco, e depois o que resta de você você nem sequer consegue achar.
Mas esquisito mesmo é quando a gente descobre que mesmo assim, tão ruim e tão pequeno, o pouco mundo louco contém certas coisas grandessíssimas, muito maiores do que ele mesmo. (Da mesma forma que meu corpo contém muito mais do que pode.)
Daí, quando a gente deita alí mesmo, no mesmo meio fio, para ver melhor as estrelas, a gente simplesmente não acredita que deu a sorte de achar tudo aquilo (e mais aquele tudo aquilo que nossos olhos primitivos não alcançam) dentro de alguém.
E é assim que balança o mundo mais pesado, carregado dos brilhantes em erupção que eu achei pelos meios fios da vida.

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