11.7.11

Balada dos loucos, plural.

Nunca foi daqueles que entendiam intrinsecamente o funcionamento das interações do mundo.
Digo aqui o tipo de interação que vai além, muito além, do social.
Ouso afirmar que não entendia nem as razões das próprias pernas serem, simplesmente.
Corria com elas por aí, nas maratonas estudantis - das quais, há de ser enfatizado, só participava por mera obrigação - e jamais ficou em último.
E jamais ficou em primeiro.
E sempre ficou numa colocação final que era nem lá nem cá e que no final das contas era justamente essa que ninguém se lembrava. Nem ele.
E enquanto rolhas zuniam pelo céu e enquanto lenços abarcavam as decepções ele era o cara encostado no muro se questionando simplesmente "pra quê?".
Nunca conseguiu ter a (in?)sensibilidade tão necessária para guiar o próprio curso e esquecer-se da inquietação dos "pra quê?s".
Deixa o curso ir, e pronto. E o curso (confessa) vai por aí escolioticamente torto.
E tudo bem, que uma hora o curso cessa de cursar mesmo...
E tudo bem, que todo curso tem seu leito e todo leito tem seu ecossistema.

Talvez seja daqueles malucos que tentam viver no próprio leito, talvez seja daqueles coitados que só têm colhões para fazê-lo dessa forma.
E talvez a verdade seja que todo mundo seja esses tais malucos... talvez todo mundo seja esses tais coitados - é que do fundo do próprio rio o mundo lá fora parece de grave hegemonia, é que do fundo do próprio rio não dá pra ouvir o que se passa no fundo do próprio rio dos outros malucos.
E sobre o entendimento do funcionamento das interações do mundo, talvez nem o próprio mundo saiba bem o que pensar... a diferença é que as gentes se importam e o mundo não.
Sorte a dele.

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