14.7.11

Sobre o movimento das nuvens V

O fato é que o motor nunca desliga.
O fato é que enquanto houver água para correr, as engenhocas irão se contorcer e a energia brotará magicamente nos impulsionando para frente.
Estamos sempre indo... indo... indo.. alguém duvida?
A questão é só "pra onde?".
A gente pode até escolher, a gente pode.
A gente faz aquela equação bizarra e extremamente variável e extremamente única para cada pessoa que envolve mais ou menos a direção do vento, os índices de motivação, a quantidade de energia desprendida no processo, o grau de rotação necessário no eixo, as passadas, as rebimbocas das parafusetas e etc, etc, etc.
Mas acho que no final das contas se resume ao magnetismo.
Veja bem: você está indo, simplesmente, e ao teu redor o mundo funciona te repelindo ou te puxando, no final das contas é imprevisível demais pra gente saber onde é que a gente vai parar.
E digo mais, o ambiente te transforma de uma forma maior do que seria compreensível.
Quer um exemplo?
O ser humano hoje tem ares de televisão.
O ser humano tem ares de dinheiro, tem ares de casa própria, tem ares de meio de rua... não sei!
E a regra é clara nesse ponto da vida: se você sabe o que você quer você deve se cercar dos cheiros, dos gostos, dos sons e das perspectivas certas e elas invariavelmente te levarão até lá.
Eu disse invariavelmente sim.... se dependesse só da gente mesmo.
A culpa dos desvios (100% ocorrentes, diga-se de passagem) não está na equação, não está na teoria. Está no processo.
E se você perguntar ao físico porque é que ele sempre faz as contas de movimento sem levar em conta o atrito ele te vai dar uma resposta que te responde exatamente porque é que eu quando faço minhas contas sobre o percurso não levo em conta todas aquelas pequenas coisas que vão dando errado... todas aquelas pequenas coisas que não estão onde deveriam estar, toda a nossa mudança de humor.
E se o universo fosse feito só de coisas e você mesmo, seria muito mais fácil! Seria muito mais fácil, porque coisas não tem pernas!
Mas a gente quer pessoas.
E se as pessoas usam as tais das pernas que elas têm elas vão embora, e se elas vão embora o ambiente muda e se o ambiente muda a gente muda e no fim a gente deixa de querê-las e pronto.
(E aí é só esperar passar um novo par de panturrilhas com uma carga elétrica particularmente atraente.)

5 comentários:

  1. O problema é não achar orientação nas coisas - acabar achando só em olhares (ou em um só olhar).

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  2. E taria tudo bem, não fosse a mania chata que têm os olhos de olharem tudo em todas as direções. Fica difícil de acompanhar, né?
    :\

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  3. Me diz porque você tem as sacadas mais sensacionais? Tenho vergonha de conversar com uma menina que parece um ansião que tudo conhece sobre a vida? Parece que você ganhou um fã. Obrigado.

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  4. Sabe, o preço que se paga pra ter as "sacadas geniais" e "conhecer tudo sobre a vida" é não viver... gasta-se o tempo contemplando e refletindo... não que eu concorde que eu seja realmente isso tudo, mas seja o que eu for, te garanto que não vale a pena! Mais bem faz quem deixa o sangue correr e gasta os batimentos cardíacos com o que é real e não com a hipótese. Esse blog é uma hipótese a respeito das minhas hipóteses.
    E é bom.
    E é ruim.

    Eu que agradeço ter um leitor (que aliás nunca foi a pretensão desse monólogo... digo, blog) buona gente como você!
    Beijo

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  5. Precisamos, de alguma forma, ser o que queremos. Somos quem somos e quem dirá que não somos o que queremos? Por fim chegamos a exclusiva conclusão que somos artistas que precisamos aflorar o que nos trancam. Os outros sempre tem motivos para inibir nós temos o contraponto: o expandir. Podemos nos expandir para onde for é só desbravarmos o que é natural (mesmo tendo que admitir que o natural é o que queremos). Ops, escrevi demais. Eu que agradeço.
    Beijo.

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