25.9.11

Deja-vu

Quando você menos espera o buraco reabre sob seus pés.
De dentro sai um eco que, meio que engasgado, diz:
"tu é linda, puta que pariu".
Você cai no choro, aos soluços!, enquanto tenta manter as mãos firmes na beiradinha do abismo.
Que você jurava que tinha fechado bem dessa vez, você jurava...
Acimentou com esquecimento, costurou com arame farpado ao custo de muitas espetadas nas próprias mãos... mas ele nunca vai se fechar, você sabe disso.
Olha ao redor e o mundo todo é só espinhos, o caminho só tem pedras... suas pernas às vezes doem até rachar! O chão inteiro te congela dos pés à cabeça. Você não aguenta mais essa frieza... E lá no fundo do poço? O que tem no fundo do poço é um quarto fechado com fronhas com cheiro de lavadas, uma música pra dois e o aconchego de um abraço quente (e deveras esperado).
Agora você olhando pro céu entende que "queda" é um conceito vasto: você vai cair, seja o que fizer, seja que direção tomar... a questão é só pra qual lado.

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