Um pé na frente do outro, cinco minutos e cai o toró.
Subo a ladeira a todo vapor enquanto respingos brincam de ameaçar os transeuntes desenguardachuvados.
Chego em casa as 16:32 com os fiapos do cabelo polvilhados da chuva que no fim das contas ficou só na promessa, e a casa cheia de gente... o poço lamacento de ontem transvestido hoje em pura algazarra de carnaval fora de hora.
Nem sequer sei quem são essas gentes, nem sequer quero saber. Me fecho no primeiro ambiente fechado que encontro: um armário.
Daí fecho os olhos e vejo com bastante clareza os dois meses depois deste como é que serão.
Sinto um arrepio na nuca, os pisca-pisca não tardam a preencher cada canto desta casa, deste armário.
As árvores da praça sucumbirão à ira das trepadeiras artificiais luminosas e extravagantes.
Já vi tudo. Os galhos este ano, tenho certeza, não irão aguentar.
Eu este ano, tenho certeza, irei me afogar também, debaixo dos colares de semáforos cheios de prepotência e instruções que aquelas gentes do outro lado da porta (que vou continuar fingindo que não conheço) hão de pendurar no meu pescoço mais uma vez.
Subo a ladeira a todo vapor enquanto respingos brincam de ameaçar os transeuntes desenguardachuvados.
Chego em casa as 16:32 com os fiapos do cabelo polvilhados da chuva que no fim das contas ficou só na promessa, e a casa cheia de gente... o poço lamacento de ontem transvestido hoje em pura algazarra de carnaval fora de hora.
Nem sequer sei quem são essas gentes, nem sequer quero saber. Me fecho no primeiro ambiente fechado que encontro: um armário.
Daí fecho os olhos e vejo com bastante clareza os dois meses depois deste como é que serão.
Sinto um arrepio na nuca, os pisca-pisca não tardam a preencher cada canto desta casa, deste armário.
As árvores da praça sucumbirão à ira das trepadeiras artificiais luminosas e extravagantes.
Já vi tudo. Os galhos este ano, tenho certeza, não irão aguentar.
Eu este ano, tenho certeza, irei me afogar também, debaixo dos colares de semáforos cheios de prepotência e instruções que aquelas gentes do outro lado da porta (que vou continuar fingindo que não conheço) hão de pendurar no meu pescoço mais uma vez.
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