13.11.11

Bode expiatório

Em virtude do auto-perfeccionismo, aprendeu com os anos que seus próprios olhos proporcionam (às vezes em frequência simplesmente inacreditável) uma bela quantidade de imagens distorcidas e modificadas pelo inconsciente temeroso, angustiado, tristonho; pela alma cansada.
Daí que quis se auto-corrigir e daí que decidiu que fazia parte da estratégia de retificação olhar pelo menos algumas várias vezes para o mesmo quadro, de todos os ângulos possíveis, antes de reconhecer que o mofo das paredes é realmente mofo.
Por causa disso, hoje não sabe mais o que criou e o que é o que é de fato, feio como realmente parece; por causa disso, hoje é presa fácil de situações absolutamente repugnantes, dado que serão sempre os próprios olhos o alvo preferido de acusações e culpa pela feiura e o cheiro ruim que as coisas por elas mesmas têm.

Um comentário:

  1. agora que chegou a esse ponto, falta aprender que o desejo metafísico de perfeição também deve ser olhado por todos os lados e o mofo, a feiura e a incompletude fazem parte da composição daquilo que é determinante pra que se prossiga na trilha.

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