4.11.11

Sobre objetos flutuantes e métodos de resgate

Ele se posiciona em mar aberto com uma mão pro alto cheio de expectativas, que é isso que ele faz de melhor.
A moça passa nadando numa boia bem rente dalí, meio que tirando "um fino" mesmo.
Só que a moça não vê o cara, a moça só vê o mundo todo - o mundo todo menos ele.
Ele não tem uma boia, ele não tem nada! É um coitado de um miserável!
O que ele tem, senhoras e senhores, é unicamente a visão de uma sereia de pele clara nadando a largas braçadas em sua boia colorida e  mandando beijo pro mundo, escrevendo poesia pro mundo, pintando obras-primas pro mundo.  fazendo de tudo pro mundo - esse mundo mesmo que o moço nunca soube fazer parte.
E o moço continua alí, desde que nasceu, se afogando, engolindo água, tentando sobreviver, achando que vai morrer, pedindo socorro com os braços pro alto - o tipo de pedido de socorro que helicóptero nenhum nunca - jamais! - soube entender.
O moço continua alí, agarrado à visão da sereia maravilhosa, a sereia cheia dos dons aquáticos, que essa (a visão) é a única boia que deus ou diabo se propuseram a dar a ele até o momento.

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