28.4.12

Des-infelicidade

Não consigo dizer palavras.
Solto uns ronronos baixinhos, na melhor das performances.
Fui ao campo e o campo não era feio.
O campo (quase que desgraçadamente) era bonito e borboletas deveras bregas saltaram para fora da minha cabeça quando quis me aproximar de qualquer pensamento, quando quis armar arapucas para me apossar de qualquer bom ou não-tão-bom-assim insight que fosse.
Borboleta que bate asa é só borboleta que bate asa, é só um comichão, não é pensamento.
Borboleta que bate asa ocupa todo o lugar do pensamento...
Esse que é o problema. Essa que é a solução.
E no campo que não é feio há algo a que se pensar?
Só se olha e pronto. Só se vê e pronto.
Quiçá, num ápice de sensibilidade, se se lasca um sorriso nas fuças.
Um sorriso desses impensados e sem qualquer propósito, um sorriso desses que são tipo uma faísca espontânea justo no muito além da explosão.
E, sobre explosões, que se exploda o que quiser explodir.
Que se morra o que tiver que morrer, que se pense os pensamentos que quiser se pensar: qualquer coisa dessas já (hoje) não me cabe mais, tudo o que me cabe - ainda que contra vontade - é o alvoroçar desenfreado de asas no meu cérebro-estômago-coração.

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