26.4.12




You've got to walk that lonesome valley
Well you gotta go by yourself
Well there ain't nobody else gonna go there for you
You gotta go there by yourself


O caminho é cheio de estrelas derramadas no chão.
E não é bonito, não. É triste.
Um compasso cardíaco que não corresponde à realidade, simplesmente não corresponde.
Como tudo e nada. (Nada corresponde a nada, é isso que quero dizer.)
O tempo presente se alterna entre dias sem noites e noites sem dias.
E eu não sei o que é pior: a insônia ou a anestesia geral?
O tempo presente se alterna entre gentes que a gente vê com os olhos - e que, friamente, deixa que passem - e gentes que a gente vê com o coração - e é instantaneamente obrigado a guardar dentro das veias para sempre, talvez.
Obrigado a guardar.

Mas as estrelas estão no chão, morrendo, e o chão queima e cria bolhas nos pés e nos sentimentos.
Todos os sentimentos são inchaços mesmo, daquele tipo de inchaço que torna a dor indistinguível da insensibilidade total.
E os sentimentos são isso e as estrelas são tipo essas pessoas que a gente põe dentro das veias, e as árvores também, e um cachorro e um pedaço de carvão.
Todas as coisas são elas e elas são todas as coisas.
De repente, automaticamente e desesperadoramente... elas são todas as coisas.
Pronto.


["Toda a realidade olha para mim
 como um girassol
 com a cara dela no meio".]


Tudo é tudo ao mesmo tempo. Misturado.
Tudo se torna um exército de moléculas idênticas da mesma gororoba cinza.
O nada faz parte do tudo?
Tudo é nada.
Pensa nas estrelas e nas pessoas e no fundo nenhum pensamento concreto vem à mente.
Pensa por pensar. O limite entre pensar e sentir.
Olha ao redor e procura, mas o que há é mera pedra quente, lixo, e as tais das pessoas estão nos próprios vales escuros queimando os próprios pés nas próprias pedras e carregando sabe-se lá o que dentro das próprias veias.
O ser humano des-sozinho é uma besta mitológica e invejável.

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