13.4.12

O cara e o muro

É aquela sensação de filme.
O cara sai correndo, a porta de ferro caindo do céu.
A qualquer momento ela se solda ao chão e aí já era e aí nunca mais e aí ele ficou de um lado e o mundo do outro.
É bem aquela sensação.
O cara sai correndo e o ferro fecha de novo antes de ele passar. Por um triz! De novo. De novo. De novo. De novo.
O cara não aguenta mais a repetição. Essa alternancia da credulidade cega com o ceticismo ainda leva o cara à loucura. Ele vai pirar...
É que é sempre por triz!... sempre só o suficiente para ele dar uma averiguada no que é que tem do outro lado: uma lua brilhante que é um diamante.
Comum e óbvia e real e maravilhosa.
Mas por trás da porta fechada o que é brilhante se reduz a um vislumbre; uma faísca no canto do olho que não dura mais que o tempo que uma faísca tem mesmo.
E aí a lua volta a ser escrita com minúscula, ordinária como tudo o mais.
Ordinária como o próprio cara que, agora largado ao chão e escrachado feito um trapo, reconhece que nunca deixou de ser.

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