2.5.12


Now the darkness only stays the night-time
In the morning it will fade away

-George Harrison


Há sempre uma espera.
Espera-se que o trem venha, espera-se que o trem chegue.
Espera-se que ocorra o que tiver que ocorrer, espera-se o retorno.
A vivência de um homem é o pular de estação em estação, o ir e voltar.
E nada com reais significâncias.
Se, pelo bem, os males se vão; pelo mal, se vão também os bens.

Um coração enfastiado de dilatar e comprimir.
Feito pele de quem engorda e emagrece, o coração depois de umas décadas pensa que vai esfarelar, pensa que não sabe mais sentir qualquer sentimento que seja no meio de tanta pelanca rota.
O coração quer pular do peito, quer abandonar o navio.
O coração não quer mais esperar o próximo respiro, é isso.
Ele vai pular...
Ele vai...
Não, ele não vai.
Ele não pode!
O corpo manda. A vida manda. O trem apita.. esse apito esperançoso dos infernos.
O trem manda, a estação manda.
O dia amanhece, sempre. Irritantemente sempre.
A felicidade é uma lei sufocante.
A gente, os zumbis, ajoelha e reza.
E tipo o crente em êxtase, enquanto de joelhos a gente é mesmo feliz.
(e tolo!)

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