27.9.12

Diário de calçada e comparação

A imagem do rosto perfeito banhado pelo sol eletrônico.
O eco do rosto batendo às portas do meu pensamento nos momentos mais escuros que ele tem.
Ontem eu vi as montanhas desmoronando inconsoláveis aos pés da chuva, e eu pensei em mim.
A imagem do rosto perfeito, sem destroços, sem as marcas das mordidas dos ratos da tristeza, vinha feito contraponto a tudo o que eu sou.
"Para ser grande, sê inteiro.", o Reis falou.
Deve ser por isso que o rosto perfeito me transcende, por isso é magnífico: não tem furos.
E eu sou a  chuva cheia dos espaços vazios, onde nada é constante; e eu sou também a montanha que essa chuva esfacela. Eu me esfacelo a mim... e os eu-ratos vêm de noite (e às vezes também pela manhã) para me alargar os poros pro eu-chuva entrar melhor.


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