27.11.12

Sobre o Movimento dos Pangarés e Seus Cowboys

Vê-se que uma folha retorcida, tal qual cara de velha, se acabrunha dos próprios veios.
O tempo massageia a nossa inquietude, prevemos as possibilidades dos nosso próprios retorcimentos, e é aí que ele exige que a gente escolha: é pra ter saúde ou é pra ter realidade?
Toda essa obrigação de girar a roda do moinho, que senão a água não flui, já dá nos nervos.
Toda essa cisma em puxar as rédeas firmemente, de querer que o bicho vá adiante quando o desgraçado quer é ir pra trás...
O desgraçado faz o que quer, vai explodir teus braços e não vai nem saber.
E o amarelado das pontas dos dedos que a gente quer esconder com a luva? A teimosia do batom?
Vê-se que um espelho arrebentado revela muito mais um homem do que a superfície lisa de um lago; vê-se as partes dilaceradas, em isolado: o olhar que se faz de macio e depois a boca tensa. - A boca tensa, quando vista em separado, é a chave de todo negócio.
Mas a gente nasceu pra ver um homem inteiro, ou seja, tendo todas as possibilidades pra deixar passar o pouco de verdade que ele põe pra transparecer, ou, mais comumente: que lhe escapa.
A maioria das coisas que a gente diz não tem propósito nenhum, e ainda assim persiste uma cisma pra olhar o texto todo e procurar a coerência.
Só que do jeito que as coisas vão, coerente é quem admite incoerência e o honesto é o que se acusa falso.
Ou não?
De toda forma, e voltando a questão, tudo o que a gente quer saber (e não dorme por isso) é:
É pra bater mais forte, esperar, pular fora ou ir pra onde der o galope?


Nenhum comentário:

Postar um comentário