5.3.11

Sobre o Moço e a Moça VIII (e finais de contos de fadas)

O Moço nunca parou pra pensar na Lua.
Se ele tivesse, uma vezinha qualquer que fosse, olhado para cima, ele veria seu próprio reflexo e entenderia que o tempo todo a Moça esteve observando atentamente cada mexer de mãos dele, e cada piscada inconsciente.
E se o Moço quiser um dia saber por que é que ela nunca deu uma piruetinha de nada, de uns sessenta ou setenta graus mais pa cá ou mais pra lá para poder haver o cara-a-cara, eu aposto minha alma que a resposta seria essa daqui:
A Moça olha pela Lua porque tem medo que o Moço só tenha se apaixonado pela metade que conhece e que se conhecesse todo o resto bem que poderia ser que percebesse que a Moça não é nada daquilo, que a Moça é outra coisa... outra coisa que ele não gosta.
Daí por enquanto ficam assim, os dois se encarando pela Lua até que esta se evapore para dar lugar ao Sol (tão opaco) e daí a saudade obrigue um ou outro a dar o primeiro passo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário