28.7.11

Sobre desfechos precipitados

A situação era essa:
Ela já havia subido no trem, porque não havia outra opção, porque todos têm que subir no trem algum dia - cada um no seu próprio.
E a questão toda é que se o trem tem maquinista ou não nós não sabemos e a questão toda é que mesmo se soubéssemos que existe um com toda a certeza, não dá pra gente simplesmente ir até a cabine e perguntar: pra onde diabos é que nós estamos indo??


Ela não sabia onde ela iria parar, o que ela sabia era pra onde ela gostaria de ir, mas isso só é relevante se a gente está a pé.
E ela... ela andou a pé por tempo demais, ela tinha disposição!
Mas aí ele veio e ele gritou pra ela cheio de presunção: corre, moça! corre que a senhora vai perder seu trem!
Puxa vida... o tonto não entendeu que ela queria prosear um pouco mais, não entendeu que ela queria ir a pé mesmo... quiçá de mãos dadas...

Contra a vontade, ela deu um salto maior do que imaginava ser capaz de dar e se agarrou ofegante ao último vagão rumando com este para o desconhecido.
 Olhou para trás pela última vez e se perguntou se deveria ter deixado mais claro que adora respeito mas que ele poderia te-la chamado de "você" se quisesse.


Nenhum comentário:

Postar um comentário