27.10.11

Não quero ter mais interesse em metáforas, me esgotei dos balões e dos monstros de oito tentáculos.
Álvaro de Campos fumou a ansiedade, e daí do mal estar que sentia sobrou a superficialidade - que é no fim das contas tão essencial quanto água se o sujeito quiser se manter são.
Eu não fumo, e eu nem bebo e eu nem nada.
Na frente da minha casa existe outra casa e a única coisa coisa que dalí me salta aos olhos é matéria. Janela, vidro, portão e chaminé.
Queria alí um sujeito empastelado de gel e boa vontade pra olhar, pra tragar.
Queria também um sujeito sem metafísica.
Sou uma invejosa confessa.
Ademais, procuro razões pra me sentir mal, como já me foi dito.
Quê coisa posso dizer depois disso?
Forjo as minhas histórias sim, eu bem sei... vai ver que é por causa tipo daquilo que o Borges disse sobre cegueira.
Tanto faz.
Escrevo agora só pra matar o tempo, pra ver se me bate um vento carregado de tabaco e me apaga também as especulações.

Um comentário:

  1. Oi linda! Já pensou em escrever um livro? Um romance por exemplo? Você tem talento e criatividade. Tenho certeza que consegue! Beijos.

    ResponderExcluir