23.11.11

Não deveria estar chovendo.
Não senhor, não deveria estar.
Tanto não deveria estar chovendo que pus uma saia que pus um chinelo que pus o cabelo num rabo pro alto tipo verão.
Mas e aí como que lido com os respingos?
As poças?
As trovoadas?
O mundo quer sempre me apresentar um cenário que se contrapõe às minhas expectativas, é como um jogo.
Se quero amarelo, ele sempre me dará o vermelho.
Em compensação criei calos: nada na tempestade me amedronta mais, continuo tranquilamente de pés de fora como quem pisa em grama, que teimosia tenho de sobra, que teimosia me transborda.
Vai ver que eu é que me contraponho ao mundo, vai ver que o jogo é meu.
Que eu fui dormir como um mendigo ingrato choramingando sob o sol acolhedor e acordei como uma bendita Deusa, bem debaixo da pior das tempestades.

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