29.2.12

O sol desce estreito pela janela da varanda e um pardal esganado teima em me fazer rir com o jeito que anda (me faz lembrar de alguém... talvez seja eu).
Sou menina obediente, quero dar pro universo uma resposta a pergunta que ele me fez.
Ele me perguntou o que que eu faço se me tirarem mais uma lasca, dessas lascas minhas que se espalham pelo chão feito planta no outono - só que, putz!, meu outono dura o ano todo!
E eu estive pensando.. eu realmente estive. Eu deitei minha carcaça na soleira dura, feito roupa úmida que o vento deixou cair do varal, e pensei mesmo, pensei sério. Queria formular a frase que matasse a charada. Que que eu faço se me espedaçar mais uma vez? Que que sobra?
Só que aí o pardal me fez rir.
E é que no fundo não existe seriedade. Cada vez que a gente abre a boca pra falar um "A" isso já é quase um sorriso, se você quiser pensar por esse ângulo.
Acho que (de novo), pelo menos até o sol se pôr, o universo continua sem resposta.

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