1.4.12

Fim

NãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNão.

Você não vai morrer, não.
Mas você também não vai viver.
Não com essa faca enfiada no baço... não com o sangue escorrendo.
Os médicos vão vir eles vão limpar e eles vão costurar e eles vão...
Mas eles não vão tirar a imagem da faca da tua cabeça.
Isso não.
Vai ficar lá, a faca imaginária perfurando seu corpo.
E ela não vai ir embora de você, mas você vai tentar ir embora dela.
E não dá.
E o tempo todo você em negação.
Não.
Não existe faca não existe faca não existe.
Existe. Existe sim e dói.
Lembrança também dói... tipo eco que não é som, mas só que é.
E falando nisso, me prometeram que um certo eco ficaria por aí, impedindo as coisas de morrerem.
Mas esse certo eco talvez fosse (temo que fosse) filho de uma enorme mentira e depois que a gente sabe disso fica difícil continuar ouvindo a sinfonia e achar bonita. A gente pensa em como ela foi feita: batuques na tampa do ralo, gatos estrangulados, etc.

E na verdade não, na verdade talvez não seja nada disso. Na verdade talvez a gente quer acreditar nisso porque a música é bonita demais pra gente ter que passar a eternidade toda lidando só com os espasmos fracos que sobraram dela.
Eu não sei. Será que alguém sabe?
Você não vai morrer, você não vai.
Só que talvez fosse melhor, talvez fosse mais fácil que viver essa vida de papagaio:
NãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNãoNão.

A gente vai negando até onde dá, de todas as formas possíveis.
Até a gente topar com uma parede e daí a faca (não tão imaginária assim) penetrar de novo e ainda mais fundo a nossa carcaça deprimente.

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