6.4.12

Sobre ampulhetas desreguladas

Fica essa sensação de uma da manhã na boca.
Porque na sua cabeça já acabou - já acabou o dia, já acabaram os planos, já acabou a história - mas pro tempo não. O babaca nunca que acompanha o seu passo.
23:07.
Ainda.
Fica pensando: "Não, não, não. Não posso dormir... não posso dormir, que dormir demais é matar a vida."
E aí assim mata o tempo: coça o pescoço, tira a sujeira de debaixo da unha...
E a gente está sempre matando as coisas com a nossa forma chula de ser, com o nosso desgranho.
Tem gentes demais por aí fazendo coisas demais.  A essa hora ou qualquer outra.
Fosse uma da manhã (a uma da manhã real), ainda teria gentes fazendo coisas. Certeza!
Mas você está aí, fazendo bolinha com a craca dos entremeios da tua pele.
Pensa: "Mato o tempo, mato a vida, mato a mim e a minha dignidade!"
Oh yeah.
Oh yeah para você e oh yeah para os demais "mansardistas" infelizes à la Pessoa que o mundo pariu.

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