13.5.12

Porcaria

It's stupid to make sense
I don't want to make sense anymore
Just let me type something stupid and let it be good.
- Tao Lin


Não há mais racional. O racional virou uma bolota de pêlo de gato engastalhada na minha goela. É sujo.
Persisto no refluxo, tento expelir, mas nada.
O momento em que você encara a própria construção e percebe que ela não faz sentido (nem chão você pôs).
Apagar a gente não pode (e nem quer), mas a gente bem que poderia pegar uma esferográfica e rabiscar tudo por cima. Tudo mesmo.
Até ficar ainda mais confuso do que já é, até ficar confuso o suficiente para que a gente possa ganhar colhões de mandar tudo a merda de uma vez...
Mas assim, enquanto a gente ainda olha e consegue enxergar uns sorrisos no meio das janelas que a gente planou do lado de fora (bem onde não precisava); enquanto a gente ainda consegue entender certas palavras em meio aos chiados, a gente não pode.
A gente simplesmente não pode deixar pra lá.
E eu queria tanto!
Queria enfiar minha cabeça na privada e dar a descarga e deixar os desgraçados pensamentos irem pra longe de mim.
O pensamento é um cacoete burro. Eu inteira sou um cacoete burro.
Repetindo as mesmas porcarias, e no que digo "repetindo as mesmas porcarias" incluo a teimosia por mudança.
Quem muda todo dia faz sempre a mesma coisa. A mudança desenfreada também é uma rotina.
Eu não quero mais mudar, não quero mais querer mudar. E se é pra ser burra, que seja burra toda de uma vez... burra o suficiente pra sequer saber que sou.
Burra como a porta que eu preguei no teto da minha construção - a porta pela qual eu nunca vou poder passar.
O lado B que eu pus na vitrola virado de cabeça pra baixo... o lado B que eu colei alí, dando sentença perpétua de impossibilidade. Mais uma das minhas marteladas de quem foi obrigado a tomar responsabilidades de juíz. Pena é que minhas marteladas são sempre no meu próprio pé.

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