18.5.12

Sobre Búfalos e Bungee Jumping

Quando os búfalos se dirigem para o abismo, quem vê de longe pensa que são todos loucos.
E a verdade é que talvez apenas o primeiro da fila fosse. Talvez.
(talvez ele fosse cego! talvez ele tivesse tropeçado!)
O resto não vê o buraco, só vai junto porque tem fé no primeiro e na manada; só vai junto porque não dá pra fazer as patas pararem de galopar.
Búfalos (e gentes) são bicicletas sem freio correndo barranco abaixo.


Quando os búfalos marcham para o erro fatal, os espectadores não entendem... simplesmente não entendem que não existe isso de erro fatal.
Tudo é um acerto, se quer saber, porque tudo - seja o que for - constitui o universo e porque o universo precisa ser constituído, oras!, precisa ser e pronto.
E, pensa, se o universo não fosse constituído as coisas também não existiriam e se as coisas não existissem elas não poderiam constituir o universo.
Uau... quantas inter-dependências!
O fato é que os búfalos caem pelo abismo, feito fossem cascalhos chutados pela sola do sapato da vida.
E eles poderiam não cair, claro.
Eles poderiam continuar por aí pastando ou fazendo sabe-se-lá-quê que os búfalos fazem... mas dalí dez, vinte, trinta  ou quantos-anos-que-um-búfalo-vive-mesmo-? eles cairiam pelo abismo também, talvez não de forma literal; mas cairiam. Todo mundo dá com as fuças no próprio fim, uma hora ou outra.
E entre um centenário de pastagem e cinco dias de loucura explosiva e coração disparado goela do mundo abaixo, acho que eu (e os búfalos) ficamos com a segunda opção.

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