10.5.12

Um pensamento que é quase um latejar cardíaco.
As estrelas ficam sondando por cima e as ervas daninhas sondando por baixo e por todo o redor, em tudo, o vento perscruta e acha.
Tac tac tac.
Penso.
As palavras já não existem mais, o pensamento é sangue: corre o corpo todo, se estabelece, cria varizes, faz poça.
O pensamento lateja, daí que causa meus olhos borbulharem.
Já não vejo o mundo, nem vejo a mim e nem vejo nada.
Penso.
Penso com as veias...
As veias gritam as frases em código morse.
Tac tac tac.
Eu não sei falar essa língua, eu não sei; mas o corpo todo - cada célula! - sabe.
E aí ele dialoga com ele mesmo, fala de coisas que eu nem sei nomear (mas só que acho que sei).
E eu deixo.
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