24.7.12

Diário de Calçada e Delírio



A gente pára o dia e olha a diversidade de tons de cinza da calçada enquanto espera a  tristeza pegar um barco e o barco da tristeza naufragar. 
Mas essa tristeza não pega barco, essa tristeza é sentimento que cria raiz.
E a gente vai cortando a tristeza, podando a tristeza, mas no dia seguinte a gente acorda e ela regenerou.
Como um jardim que cresce em tempo acelerado, ou cachorro rábico que aprendeu a invadir a nossa casa enquanto a gente dorme.
Não existe mordaça nem facão que sejam o bastante, a gente sabe disso e por isso a gente largou de mão.
A gente sabe disso... por isso a gente senta na calçada de mais um dia estacionado e fica alí imaginando como seria se essa tristeza fosse o tipo de sentimento de monções (igual a felicidade).

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