27.10.12

2º Manifesto do Terreno Baldio

Duas dúzias, vamos assim dizer, de molequetes esfarrapados e como que fantasiados de lama.
A gente sentou pra ver como que os toquinho-gentes corriam pelo mato alto sem notarem os cortes que iam se aglutinando nas canelinhas e a gente pensava na gente: e puxa, como que somos covardes, se a gente for pensar bem!
Um loirinho magricelas cruzou os braços e pigarreou. A gangue ouvia atentamente e a gente que estava longe não ouvia nada mas tinha plena certeza de que era deveras importante, fosse o que fosse.
A horda urrava de satisfação enquanto que o Sol já era cadaver posto, só um vermelhozinho largado por trás de uma colina.
Criança não sabe morrer.
Guerra de criança tem sempre A Próxima Batalha, O Dia Seguinte, A Continuação, Revanche.
Criança sempre tem espaço no peito para mais uma "Nêga".
E a gente pensava neles, sujismundos arrebentadinhos, zunindo de um lado para o outro, empunhando objetivos urgentes, e a gente pensava na gente: e puxa, como que somos deveras covardes... e nem é preciso pensar tanto assim.

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